Se você já esteve frente a frente com um pedido de Bera para o seu filho, sabe do que estou falando.
Se você não passou por essa situação, vou te explicar o que é o Bera.
O Bera, ou em português, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), é um exame que mede a audição de uma criança pequena.
Ele usa o mesmo princípio de exames como o eletrocardiograma ou o eletroencefalograma, ou seja, o Bera capta resposta elétrica do nervo e dos neurônios auditivos por meio de eletrodos colocados na cabeça e perto das orelhas.
Como é um exame auditivo, é necessário estimular a via auditiva com sons que são dados por meio de fones de ouvido.
Ele é o exame de escolha para avaliação auditiva de crianças bem pequenas, com menos de um ano de idade ou para a avaliação de crianças maiores que por algum motivo, não fazem o exame de audiometria.
Então a regra funciona assim: se a criança consegue fazer audiometria, que é um exame que precisa de bastante colaboração, não precisa do Bera.
Se a criança não consegue colaborar para fazer audiometria, faz-se o Bera.
Toda criança com algum atraso no desenvolvimento da comunicação, da linguagem e da fala precisa de uma avaliação auditiva, mesmo que não haja suspeita de perda auditiva.
Algumas perdas auditivas passam desapercebidas em situações corriqueiras do dia a dia, mas podem atrapalhar o desenvolvimento infantil.
Então, respondendo à pergunta se precisa fazer mesmo o Bera……Sim precisa! Principalmente se a criança não fizer audiometria.
Mas talvez você esteja se perguntando, qual é o problema de fazer o Bera?
O problema é que precisa, na maioria das vezes, de anestesia geral para fazê-lo!
E é isso que tira o sono das mães, dos pais, das avós, das tias……
A resposta auditiva gerada durante o exame é bem pequena e sofre bastante influência de contrações dos músculos da região do pescoço e até de movimentos oculares. Por isso, a criança precisa estar dormindo em sono natural ou anestesiada.
Como é um exame longo, podendo durar até uma hora e a criança fica com vários fios na cabeça além dos fones de ouvido, raramente crianças de 2, 3 anos conseguem durmir o tempo necessário naturalmente. Por isso a anestesia.
A dica aqui é fazer o exame em um local com infraestrutura adequada e com médico anestesista acompanhando a criança durante o exame.
Mas, o que não pode mesmo é deixar uma criança com atraso de comunicação, linguagem ou fala sem uma avaliação auditiva.